Café

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sábado, 6 de novembro de 2010

Aniversários

Aniversários

Hoje, 6  de novembro, mais um de meus pouquíssimos amigos faz aniversário.
E é praticamente impossível não ir abraçá-lo pela data, afinal somos amigos há quase 20 anos.
Daquele tipo de amizade que você diz na lata que não gostou de algo ou que telefona pedindo socorro sobre qual roupa usar num casamento chique .
Quando eu disse que tenho pouquíssimos amigos, não exagerei.
São , na verdade, 4.
Daqueles que quando você faz uma viagem faz questão de trazer um souvenir.
Daqueles que se importam quando você está com um simples resfriado.
Daqueles que te conhecem pela voz, pelo olhar.
Daqueles a quem você deseja um feliz natal nos 365 dias do ano, porque reconhece em cada dia a novidade do nascimento do menino Jesus.
Estou ainda me ajeitando para ir felicitá-lo, no jantar que será oferecido.
E enquanto estava no salão, fazendo uma escova no cabelo, me lembrei dos meus próprios aniversários e no quanto eu não curto comemorá-los.
Nunca gostei por uma questão de timidez.
Sempre fiquei sem graça.
Hoje, sabe Deus o porquê, lembrei-me do meu aniversário de 6 ou 7 anos .
Este aniversário caiu num período de carnaval e eu me lembro da minha madrinha de crisma chegando à casa com um disco de vinil embaixo do braço.
Ela jurava que estava me fazendo uma agradável surpresa.
Tratava-se do disco das escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro e, aos primeiros acordes de um samba enredo, toda a molecadinha que morava na minha rua e fora convidada por mamãe para estar na comemoração do meu aniversário, descambou a sambar.
Toda a molecadinha.
Menos eu.
Achei aquilo uma cena fatídica.
Depois disto, meus aniversários nunca mais foram os mesmos.
Mesmo com todo o esforço de mamãe, apesar do perrengue arrumado que a gente vivia, fazer ela mesma um bolinho para eu assoprar as velinhas.
Depois deste aniversário regado a disco de vinil com samba enredo , nunca mais senti prazer em querer reunir as pessoas em volta de um bolo e assoprar velinhas.
A minha madrinha de crisma que me perdoe, mas aquilo não tinha nada a ver comigo .
Hoje, quando falam que vão me fazer uma surpresa, sinto vontade de chorar, de me esconder, de fugir, de desaparecer.
Prefiro passar meus aniversários em off.
Bem, são quase oito horas.
Preciso ir.
Não sei quando é o aniversário de vocês, mas de antemão :"Felicidades!"

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