Confesso que ontem passei o dia trancafiada no meu quarto.
Estou lendo textos e mais textos acerca de discussões pedagógicas .
Todos os pedagogos pensam quase exatamente a mesma coisa, salvo alguns detalhes. Incrivelmente são estes detalhes , aparentemente bobos, que nos fazem tropeçar ... pois é , passei o dia de domingo com uma lupa caçando detalhes pedagógicos tipo Sherlock Holmes de saias .
A noite , num momento de total relax e conversa animada,
eis que vejo vindo de longe e bem devagarinho um gato.
Gato pequeno.
Filhote.
Bonitinho de verdade.
Daqueles que você jura que adotaria sem problemas.
Companhia agradável para o resto da vida.
Gosto profundamente da honestidade dos gatos.
Mas ...
Esse "mas" é o indicativo de que nem tudo é perfeito !
Choveu ontem a tarde.
Choveu de ter trovoada e tudo.
E por ter chovido e esfriado um tantinho
vesti uma meia .
Aquela meia amor a primeira vista.
A cor entre o beringela e o beterraba.
Quase exatamente a mesma cor do vestido
fazendo um ton-sur-ton cheio de charme.
O gato tentou desfiar minha meia.
E toda a ternura que eu senti por ele se foi.
Quis me despedir de sua chatice,
de seu mal-caratismo em estragar algo que gosto tanto.
Se aquela meia tivesse sido desfiada por suas unhas
eu seria capaz de cometer um "gaticídio",
sem a menor culpa,
sem o menor temor da sociedade protetora dos animais me enquadrar em algum artigo de seu código .
Esta meia nem foi comprada em Campos.
Eu a comprei na última visita que fiz a minha tia que mora em Vitória/ES, no Shopping Vitória.
Quando vi aquela cor "diferentona" achei-a a minha cara.
Era óbvio que , embora achando gato um luxo de bicho,
não poderia permitir que ele azedasse meu humor.
Arranhar minha meia ?
"É ruim, hein!"
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