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sábado, 20 de novembro de 2010

Consciência Negra

Consciência Negra

20 de novembro
Conforme sabemos, hoje é o dia dedicado às discussões acerca da Consciência Negra. Feriado no Estado do Rio de Janeiro, criado pela então Governadora Benedita da Silva.
É o dia em que se lembra a morte de Zumbi, líder do quilombo dos Palmares.
Enquanto historiadora, teria trilhões de considerações a tecer a respeito do que simboliza o dia de hoje, mas serei breve, juro !

"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se aprenderam a odiar, elas podem ser ensinadas a amar."
Nelson Mandela


Na hora em que algum representante do IBGE bater na minha porta com aquele questionário enorme do censo perguntando a minha cor, responderei : negra !
Não estou com muita vontade de polemizar, mas estou incomodada hoje.
Para que vocês tenham uma idéia do tamanho do meu incomodo, acho o fim da picada a Revista Raça .
Na minha opinião, propor um editorial específico para negros é uma forma de apartheid às avessas, sobretudo porque a capa da revista do mês passado era uma moça muito bonita, mas com o cabelo lisérrimo ! Aquele cabelo não era dela, não era "original de fábrica".
Também não sou favorável a Lei de Cotas.
Sou favorável a uma educação de qualidade , para que o negro que frequenta a escola pública do subúrbio possa competir a uma vaga no vestibular em pé de igualdade com o branquinho que frequenta uma escola particular que custa R$500,00 mensais.
Os programas de auditório televisivos alocam poucos negros nas primeiras filas; das bonecas que encontramos nas lojas, poucas são negrinhas; as pessoas associam os negros apenas às manifestações culturais, como se a contribuição do negro ao Brasil se resumisse a isto.
No dia de hoje, os afro-descendentes têm muito o que discutir.
Deveríamos discutir as formas de racismo velado que acontecem no Brasil, discutir metodologias de trabalho da História da África para além do artigo que regulamenta seus estudos na nova LDB... porque sem pensar em metodologias de trabalho, é pouco provável que a lei saia do papel.
Lembrar afro-descendentes de sucesso não agrega valor à estas discussões.
Eles , afinal, não deveriam ser exceções.
Deveriam ser regra.

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