Café

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sexta-feira, 4 de março de 2011

In the Oscar goes to ...

In the Oscar goes to ...

Tá bom, gente ... já imagino que tem gente dizendo que o Oscar já passou .
Foi uma festa linda e até já comentei os vestidos mais bonitos.
O que vocês não sabem é que o filme ganhador do Oscar deste ano (O Discurso do Rei) só foi entrar em cartaz em Campos dos Goytacazes exatamente hoje, 04/03.
A tarde , dando uma olhadinha no site do shopping, acabei conferindo as estréias e os horários.
Não resisti.
Peguei a sessão de 17:20 hs.
Dá uma olhadinha no teaser (não se fala mais trailler, ok ?)

Fiquei emocionadíssima com o filme, chorei de soluçar e minha grande sorte de não pagar um mico ou um king-kong foi a salinha de projeção só ter umas 10 pessoas.
Emocionei-me inicialmente por ser um filme histórico, com figurino e trilha sonora impecáveis.
E depois, pelo estabelecimento de uma amizade incondicional entre o duque (aspirante ao reinado) e aquele que o ajudaria a melhorar a dicção, haja visto o fato de ser gago.
Impressionei-me com o fato do suposto médico insistir em quebrar todos os protocolos, resistir em chamar o duque de Vossa Alteza e o tempo todo mostrar que , para ele, tanto fazia a origem do paciente ... qualquer que fosse seu cargo ou seu berço, aquele consultório derrubava os muros palacianos e transformava o ilustre paciente, em simplesmente Bertie. Era desta forma que o duque-principe-rei era chamado por Logue : simplesmente Bertie.

Vim às lágrimas.
Vivemos tempos em que as pessoas insistem em estampar seus títulos , insistem em nos dizer quem são e perguntar quem somos ...
 O filme tece, com cuidado, o estabelecimento de uma amizade sincera entre um futuro rei gago e um súdito desinteressado de seu status quo.
São, sem a menor sombra de dúvidas, amigos.
Há um momento do filme onde as pessoas que acompanham o empossado Rei George VI, apresentam o fato de Logue não ser de fato um médico, questionam aonde estavam suas credenciais para trabalhar.
E ... meu coração quase parou quando ele se justificou dizendo que em momento algum disse que era médico, nunca aceitou o título de doutor apenas julgava-se capaz de ajudar pessoas com problemas de fala por possuir excelente dicção.

Pelamordedeus !
Que lição !
Quantas vezes na vida não somos verdadeiramente credenciados para executar algumas ações, mas as fazemos assim mesmo porque para além de qualquer teoria, existe uma prática que nos habilita para tal.
Não estou sugerindo uma apologia a fraude, mas é a mais pura verdade que Logue nunca teve a vaidade de dizer-se aquilo que não era. Ele nunca disse que era médico.

Quando finalmente o rei consegue proferir o tão esperado discurso, sob a atenção do amigo que lhe dirige neste momento , toda a Inglaterra (exagero, claro !) espera que ele apareça numa sacada.
O caminho da sala de gravação do discurso até a sacada não é longo e foi preenchido com  o discurso de gratidão entre dois amigos : o rei e seu auxiliar nas atividades de dicção.
Ao encontrar-se com a rainha e as princesas para ser ovacionado pelo povo na tal sacada, há uma cena matadora ... há a cena onde o rei(ou simplesmente Bertie) procura com seus olhos o amigo, Logue.
E nessa busca com os olhos, ao encontrar o amigo, este simplesmente fecha os seus e faz um aceno com a cabeça ... Chorei de me acabar ...
Há circunstâncias em que não precisamos abrir a boca para falar o que estamos sentindo ou pensando.
Nossos olhos falam .
E é lindo, é mágico quando o outro entende o que nossos olhos estão dizendo.

Sem dúvida, é o filme do ano.
Merecia o Oscar.

Um comentário:

  1. Oi Madame Sucralose.
    Também gosto de ver a entrega do Oscar.
    É pena os filmes brasileiros ainda não terem sido laureados... (Só argentinos, arghh, hummpf!!!)
    Mas valeu pelo teu post, que deixa este lindo blog mais glamuroso.
    Abraços, bjs.

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Comentários para Madame Sucralose