Café

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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Assisti de Camarote





Existem filmes que de alguma forma marcam a vida da gente. Vi “Uma linda mulher” há alguns anos e este filme é tão significativo para Madame que tenho o DVD em casa.
Acho espetacular a história nele contada : uma mulher simples, ganhando a vida nas ruas e seu inacreditável encontro com um gentleman, um mocinho de costumes refinados.
Mas ... de todas as cenas do filme há uma, em especial, que sempre me chamou a atenção ! A cena da ida deste inusitado casal a uma ópera. Aquela arquitetura imponente do teatro, aquela orquestra de tirar o fôlego, aqueles cantores imprimindo sensibilidade a cada canção ali representada ... nada disso fazia parte do cotidiano de Vivian, a prostituta, mas ela estava ali com Eduard assistindo a tudo do camarote.
Diz o ditado popular que assistir de camarote é ter uma visão privilegiada de algum espetáculo. Para algumas coisas na vida é absolutamente necessário um ingresso no camarote, né ?
Madame até pensou em divagar sobre a questão, tentando conectar algumas situações cotidianas sérias com o fato de que precisamos nos colocar no camarote e assistir a tudo de forma tranquila e racional, mas ... não ... Madame não quer conectar nada a nada mesmo.
Acabo de chegar de uma noite no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, fui assistir a um balé e incrivelmente meu ingresso era no camarote.
Fui, claro, a alguns teatros de diferentes cidades na minha vida.
Mas o Municipal é algo de tirar o fôlego.
Quando me vi sentada no camarote imediatamente me lembrei da Vivian e compreendi a emoção que a atriz Julia Roberts expressa com seus olhos e expressões faciais e, juro, me senti exatamente como aquela prostituta se sentiu.
A imponência do teatro, a música, o corpo de baile, o figurino, ...
Fiquei muito emocionada.
Quis driblar minha emoção buscando o jeito Madame de ser ... quis dizer para mim mesma que aquele ambiente era a reprodução fiel da cultura europeia do século XIX, sem negros no corpo de baile ... bailarinas negras não dançam na ponta do pé ... quis criar, internamente, um discurso que não me deixasse tão submersa naquela vibe, mas não consegui. Me rendi a toda beleza que meus olhos estavam vendo e meus ouvidos ouvindo e, claro, me senti grata a Deus por me permitir aquilo tudo.
Aceita um chá com a Madame ?
Faz calor e beberico um mate gelado enquanto escrevo, emocionada, que assisti ao espetáculo de camarote.
Bjs da Madame emocionada
 

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