Café

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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

One

One

Dia desses contei que usei One por muito tempo e que não conseguia mais usá-lo.
Como tudo na vida tem uma história, contarei a do One.

Sempre fui uma pessoa visceral.
Exagerada.
Não que eu me ache uma pessoa difícil de se conviver, pelo contrário ...rs
Mas ... eu sempre me empenhei muito para fazer tudo bonitinho.
Um dia cismei que queria estudar  História do Brasil  igual gente grande e fui parar em Belo Horizonte . Fiquei lá entre indas e vindas por 2 anos e meio.
Ia a Belo Horizonte a cada 6 meses e ficava por lá 3 semanas.

Aprendi muito por lá.
Visitei museus, teatros, feiras, cafés, cinemas.
Se eu fechar os meus olhos consigo lembrar de cada detalhe da esplendorosa visão que se tem do Mirante de Belo Horizonte, da Lagoa da Pampulha, do corre-corre do Centro, da Feira da Afonso Pena e do charme que é o bairro de Lourdes.
Obviamente não havia aulas aos domingos e eu os reservava para conhecer as Cidades Históricas de Minas.
Ouro Preto, São João Del Rey, Diamantina, Congonhas, Mariana, Sabará, Tiradentes.
Os almoços em Ouro Preto eram maravilhosos.
Frango com quiabo e polenta .
Doce de leite de sobremesa.

Belo Horizonte tem uma particularidade.
No verão os dias são quentissímos e todo fim de tarde cai um pé d'água.
E era justamente esta hora em que eu saía da faculdade.
Tinha de esperar a chuva passar para ir para o hotel.
A distância entre a faculdade e o hotel era percorrida dentro de um ônibus, por 40 minutos.
E neste trajeto eu sentia o cheiro de coisas frescas.
O cheiro da terra molhada.
Dos telhados molhados.
Da roupa que eu vestia molhada.
Do cabelo molhado.
E do restinho de cheiro do perfume que ia embora com toda a água que caía por lá.
Era o One.
O mais incrível do One é que você não sabe ao certo se ele é um perfume masculino ou feminino.
Por isto acho One um perfume tão ousado.
Tão livre, tão fresco.
Eu não consigo mais usá-lo.
One me remete um tempo que se foi.
E ainda bem que foi um tempo bom !

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