Café

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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Gosto de Vó

Gosto de Vó

Passei o dia inteirinho em casa porque precisava ajeitar umas coisas que  eu não tinha como fazer no trabalho. Uma vez dentro da escola, não tenho como "fugir" de lá para contactar os fornecedores que estou em fase de conversa para a ornamentação da formatura que estou organizando.
Enfim ... passei o dia trabalhando em casa  .


No final da tarde senti falta de um aconchego, de uma sensação de conforto.
Eu amo um confortinho e queria me sentir assim, meio no colinho .
E faço umas associações meio loucas.
Associo cheiros , sabores a pessoas, gestos, momentos ...
Senti saudade do sabor confortável da canela.

Sei que muita gente pode agora estar achando que Madame Sucralose endoidou de vez ... mas canela tem gosto de coisa confortável, tem gosto de vó ... Tudo que minha vó fazia tinha ao menos uma pitada de canela.
E pelo fato da canela ser vasodilatadora, ela dá mesmo calor, ela aquece ...
o corpo, o coração, a alma.

Achei um pão francês perdido sobre meu armário da cozinha e nem pensei ... quando dei por mim, já o estava fatiando, passando no leite açucarado, no ovo batido, no óleo quente, na mistura deliciosa de açúcar refinado com canela e pronto : lá estavam singelas rabanadas.

Claro que sei que não se faz rabanada com pão francês.
É necessário aquele pão grandão, né ?
Aquele pãozão específico para rabanada.
Mas a vida me ensinou a fazer adaptações ...
Já que não tinha o pãozão, fui no pãozinho mesmo !

Eu sei ... uma rabanada é praticamente uma bomba calórica.
Mas eu precisava desta sensação que a canela me trouxe.
De sentir-me abraçada, aquecida.
Do cardápio natalino, creio que a rabanada seja o que há de mais simples ou mais barato e por isso mesmo é o que há de mais democrático .
Em quaisquer mesas podem ter algumas rabanadas.
E é extremamente curioso pensar nisto agora.
Pensar que ela vem do pão.
Do pão que pode ser partilhado.
Quero mais um natal de diferenças na minha vida.
De partilhas, de abraços .
Eu já passei um natal tão sozinha que hoje desejo ser companhia no natal de pessoas verdadeiramente solitárias.
Daquelas que ninguém se lembra , sobretudo quando se sentam às mesas abarrotadas das iguarias natalinas.

As rabanadas com gosto de vó me fizeram bem.
Um bem na alma.
Recomendo o mesmo !
Nem que seja feita com um pãozinho francês .

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