Café

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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Guarda-Chuva

Acordei às 4 com o barulho da chuva.
Não era uma chuva qualquer.
Era uma chuvarada assustadora, ameaçadoramente perigosa.
Daquelas que desabrigam, despejam, desesperam.

Fiquei encostada na janela, vendo aquela água toda cair.
Sem saber ao certo que hora iria passar.
Porque tudo passa.
E com a chuva não poderia ser diferente.

Me peguei pensando nas melhores lembranças que tenho de chuvas ...
Lembrei-me do chocolatinho que se vendia na escola em formato de guarda-chuva ... não era de nenhuma marca famosa , nem ao leite e nem amargo.
Era um chocolatinho hidrogenado, coisa de no máximo 10 g,  mas era o que havia de mais fino no mundo para mim.

Nunca o devorei na rua, na frente de outras crianças ...
Colocava delicadamente na mochila.
E fazia dele minha sobremesa.
Minha coisa gostosa depois do almoço.
O que de melhor eu tinha naquele momento.

Engraçado pensar nisso.
Engraçado remexer um baú de memórias.
Engraçado pensar que era preciso pouco para ser feliz.
A gente se exige tanto.
Cria tantas necessidades desnecessárias.
Para acabar descobrindo que o bom mesmo não temos mais.
Não sei se alguma casa de doces ainda vende desses guarda-chuvas.
Na verdade, prefiro não saber.
Para não estragar a lembrança boa.
A História me ensinou a viver assim.
O que é bom , a gente guarda e vira memória.


P.S. : As escolas não têm, ou não deveriam ter, mais cantinas... E desaconselho permitir que crianças comprem destes doces na mão de qualquer pessoa ...

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